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Especial Reportagem

O escândalo das papeletas amarelas

Os anos 80 foram um período de orgulho para a maior torcida do país. Mas em 1986, um episódio colocou a credibilidade do Flamengo em dúvida. O conselho deliberativo do clube deu falta de 300 mil cruzados. E graças a recibos na cor amarela, que deu nome ao caso, surgiu a suspeita de que a gestão de George Helal repassava dinheiro a árbitros e a outros clubes. O escândalo também envolvia o vice-presidente de Finanças, Joel Tepet, e o vice de Esportes Amadores, Léo Rabello.

Pressionado, Helal foi obrigado a dar explicações. A versão inicial sustentada é a de que o dinheiro foi gasto com suborno a árbitros do quadro da Federação Carioca, como “legítima defesa nas finais do Campeonato Carioca”. Depois, Léo Rabello afirmou que o dinheiro havia sido usado para pagar atletas profissionais e amadores. Uma terceira versão surgiu da boca de Helal, que a quantia foi repassada aos clubes menores, como “doping positivo”. A intenção era fugir de uma punição maior em caso de condenação no tribunal esportivo. O presidente da federação na época, Eduardo Vianna, o famoso Caixa D’Água, afirmou “Safe-se da eliminação (banimento) que eu seguro os clubes pequenos”.

No fim das contas, Helal não apenas se safou da eliminação, como também não recebeu nenhuma punição, até porque nada foi provado. Parte do dinheiro acabou devolvido aos cofres do Flamengo, e a chapa de Helal perdeu as eleições no fim do ano para o grupo de Márcio Braga. Helal voltou à política do clube na gestão de Gilberto Cardoso Filho. Léo Rabello passou a trabalhar na FERJ e posteriormente se tornou no primeiro agente de jogadores do país homologado pela FIFA.

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