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Reportagem

A primeira aparição de Messi no Mundo Deportivo

Quem acompanha o futebol europeu, em especial o espanhol, conhece a guerra de jornais madridistas e culés, que alimentam ainda mais a rivalidade entre Real Madrid e Barcelona. Porém, é notável que a cobertura que esses jornais fazem desses clubes é essencial para a manutenção da história. O Mundo Deportivo, por exemplo, é o principal jornal catalão, e naturalmente, cobriu o surgimento das maiores estrelas da história do Barcelona. E claro, entre eles está Messi, um dos maiores de sua geração.

A primeira aparição de Messi no jornal Mundo Deportivo aconteceu em setembro de 2001, de maneira discreta, como parte integrante do elenco Cadete B do clube blaugrana. Um mês depois, em 14 de outubro, o mirrado Lionel Messi já aparecia como um promissor atleta em uma pequena matéria que indicava os oito futuros talentos das canteras do Barcelona. O argentino foi descrito assim:

O “Pibito” de Vélez é um meia canhoto, habilidoso e goleador. Fisicamente é preciso trabalhar muito.

Essa pequena foto apresentava Lionel Messi ao mundo:

E quanto aos outros sete jogadores que apareceram ao lado de Messi? Estouraram? Floparam? Bem, o que teve mais destaque foi o zagueiro Gerard Piqué, que depois passou pelo Manchester United antes de retornar ao Barça. O defensor, do mesmo elenco que Messi, era exaltado pelas características de líder e pela qualidade na saída de bola desde o campo de defesa. Outros três garotos da Cadete B eram tratados como joias: Pedraza (atacante destro, goleador e valente), Víctor Vázquez (inteligente e com grande capacidade goleadora) e Songo’o (potência física e velocidade). O primeiro era filho de Ángel Pedraza, ídolo do rival local Espanyol. Aos 15 anos, o garoto mudou de clube. Ainda foi campeão europeu sub-19 pela Espanha, mas jamais estourou como se esperava. O segundo, apesar da gigantesca expectativa em torno de seu nome, também foi abaixo do esperado. Jamais engrenou no Barcelona, passou belo Brugge, da Bélgica, e hoje atua no futebol mexicano, no Cruz Azul. O último, filho de Jacques Songo’o, goleiro camaronês em quatro Copas do Mundo, sequer se profissionalizou pelo Barça, rodou por clubes da Inglaterra e Espanha, e hoje joga no Portland Timbers, da MLS.

Mais novo que Messi e sua turma era Iago Falque. Meia e canhoto, o Barcelona tinha grandes esperanças no garoto, que acabou não deslanchando, mas vestiu a camisa de grandes equipes da Europa, como Juventus, Tottenham e Roma. Atualmente joga no Torino. Outro que gerou grande expectativa foi o senegalês Diong Mendy, que na época, militava no Infantil A. Foi vendido ao Murcia, e após um período de irregularidade, passou a rodar por equipes das divisões inferiores da Espanha. O último nome a ser destacado na publicação foi Sérgio Garcia, então no Juvenil. Selecionável em todas as categorias da Espanha, foi convocado algumas vezes na Seleção Principal, mas nunca teve nem metade do sucesso de outros companheiros. Hoje atua no futebol catari, pelo Al Rayyan.


Texto publicado originalmente em 3 de setembro de 2016 no blog Escrevendo Futebol.

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