Quando se fala em Futebol Total e em escola holandesa, nomes como Rinus Michels, Johan Cruyff, Stefan Kovács e até o nome de Pep Guardiola vem logo à mente. Porém, Guus Hiddink colocou a dose de pragmatismo necessária ao futebol dos Países Baixos. E se não cravou seu nome entre as grandes equipes do mundo, conseguiu se eternizar levando azarões a lugares inimagináveis.
Guus Hiddink nasceu em 8 de novembro de 1946, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial, em Varsseveld, uma pequena cidade que sofreu diretamente os horrores do conflito. O futebol entrou na vida de Hiddink logo cedo, assim como para quase toda sua família, e passou a jogar como meio-campista da equipe local de mesmo nome da cidade. Em 1967, aos 21 anos, Hiddink assinou seu primeiro contrato profissional com o De Graafschap. Em 1970, foi contratado pelo PSV Eindhoven após se destacar no ano anterior na conquista da então terceira divisão holandesa, mas não conseguiu se firmar nas duas temporadas em que atuou pelo time da Phillips, voltando ao seu clube de origem para conquistar o acesso para a Eredivisie em 72-73, treinado então por Piet de Visser, homem que se tornaria fundamental na vida do futuro técnico.
Em 1977, Hiddink se mudou para o NEC Nijmegen onde ficou até 1981. Nesse meio tempo em que atuou pelo NEC, foi emprestado duas vezes a times do futebol norte-americano. Em 1978, vestiu a camisa do Washington Diplomats, e em 1980-81, jogou pelo San Jose Earthquakes. Na temporada 81-82, voltou ao De Graafschap para encerrar sua carreira de jogador de futebol.
O começo lendário no PSV
No De Graafschap, em 83, iniciou os trabalhos como treinador, atuando como auxiliar. Posteriormente, foi contratado pelo gigante PSV. Em março de 87, já no fim da temporada, Guus Hiddink deixou de ser auxiliar para assumir o cargo principal de treinador em um momento que a equipe se encontrava três pontos atrás do Ajax, com dez rodadas restantes. Mesmo sem Ruud Gullit, que deixou o clube rumo ao Milan, o PSV terminou a temporada com o título, seis pontos à frente do rival. Na temporada seguinte, iniciando um trabalho desde a pré-temporada, Hiddink foi responsável por levar o PSV a um novo patamar, vencendo o triplete: Eredivisie, Copa da Holanda e a inédita e improvável Liga dos Campeões.
Na primeira fase, eliminou o Galatasaray, ao vencer por 3 a 0 a ida e quase colocou tudo a perder ao sofrer 2 a 0 na volta. Na segunda fase, classificação tranquila frente ao Rapid Viena, com duas vitórias. No trecho final da competição, Hiddink chegou até a ganhar a pecha de retranqueiro, pela forma que conquistou os resultados. Nas quartas, eliminou o Bordeaux, e nas semis eliminou o Rey de Copas Real Madrid, com empates sem gols na Holanda e em 1 a 1 fora de casa, classificando-se pelo gol qualificado. Na decisão contra o Benfica, em Stuttgart, prevaleceu a maldição de Béla Guttmann. Após um empate em 0 a 0, e as cinco cobranças iniciais convertidas por ambos os clubes, Van Breukelen apareceu nas alternadas e defendeu a cobrança de Antônio Veloso, fazendo do PSV a terceira equipe holandesa a conquistar o título europeu depois de Feyenoord e Ajax.

De maneira protocolar, Hiddink creditou as conquistas aos seus comandados. “Claramente não éramos favoritos, tratando-se de uma equipa desconhecida e com vários jovens. O ambiente era muito bom. Cada jogador era capaz de dar a vida pelo colega, e foi isso que levou à conquista da Taça dos Campeões Europeus”. A opinião é corroborada pelo goleiro Van Breukelen. “Ele é muito interessado nas pessoas e tentava criar um ambiente familiar. Lembro que ele fumava e tomava café junto de seus jogadores. Não sei se ainda fuma, mas na época de PSV era um fumante inveterado”, revelou o arqueiro. Mas os aspectos táticos, obviamente, também tinham seu valor: O PSV atuava na rigidez do 442, com grande apoio dos laterais, com as subidas de um ainda jovem Ronald Koeman, e na dupla de ataque afinada formada pelo Chuteira de Ouro de 82 Wim Kieft e Gillhaus. Na temporada seguinte, outro doblete, levando Liga e Copa, e antes de deixar a equipe ainda levou outra copa nacional em 90, encerrando sua primeira experiência como treinador com quase 75% de aproveitamento.
A relação com Romário
Responsável por recolocar o futebol holandês de volta aos trilhos das vitórias europeias, Hiddink também teve a oportunidade de iniciar um dos maiores da história no futebol europeu. Romário foi contratado junto ao Vasco da Gama pelo PSV Eindhoven em 88, graças a Piet de Visser, o primeiro treinador de Guus, que se tornou um exímio caçador de talentos sul-americanos. Quando Romário ainda podia ser chamado de promessa, o treinador holandês se encantava com a qualidade do Baixinho. Tanto, que mesmo mais de 20 anos depois, seguia vendo Romário como o mais destacado atleta com o qual já trabalhou. Em várias oportunidades demonstrou sua admiração ao craque brasileiro.

“É o jogador mais interessante que tive às minhas ordens. Me lembro que antes dos jogos importantes, ele me dizia: ‘Mister, tranquilo, Romário vai marcar e nós vamos ganhar’. E a verdade é que ele cumpria. Não era sempre, mas oito em dez vezes cumpria com os gols”, disse certa vez em famosa entrevista. Hiddink sabia como se relacionar com o Baixinho. “Eu tive Romário por três temporadas. Nós começávamos os treinos seis semanas antes. Romário sempre chegava dois ou três dias atrasados. Todo mundo estava lá. Onde estava Romário? Estava em Copacabana ou no carnaval. Então, ele desembarcaria e, claro, você tinha que lidar com a situação. Você fica nervoso – e finge estar, de qualquer forma – em frente ao grupo. E, então, você diz ‘OK, Romário, nesta tarde, treino extra. Você fica após o almoço e trabalha. Nós vamos para a floresta. Correndo. Depois que todo mundo ia embora, eu ia e tinha uma caminhada agradável com ele. E falava sobre futebol, vida. No outro dia, contava ao elenco ‘sim, Romário trabalhou bem ontem.’ E ele trabalhou… Conversa é uma forma de treino também.”, argumentou.
A boa impressão no Valencia
Após deixar o PSV, Hiddink teve uma passagem curta e sem sucesso pelo Fenerbahçe, da Turquia. Em 1991, foi contratado pelo espanhol Valencia, que havia recém se convertido em SAD (Sociedade Anônima Desportiva, o tal clube-empresa). Com destaques individuais como Leonardo, Penev e Fernando, alcançou a quarta colocação, recolocando o Valencia nas competições europeias, repetindo a dose na temporada 92-93.
No dia 9 de fevereiro de 1992, em jogo no Mestalla diante do Albacete, Hiddink mostrou um lado de sua personalidade ainda mais autêntico e respeitável do que já mostrava em suas equipes em campo. Ao sair do vestiário, o treinador viu na arquibancada visitante membros dos ultras das Brigadas Blancas estendendo uma bandeira com simbologia nazista. “Ou tiram a bandeira, ou não haverá jogo”. E a bola só rolou com a retirada da bandeira. “Estou certo que eles não sabem o que representa para muita gente ver algo assim, mas quando vejo isso, não posso me calar. Cada um de nós temos que pensar nisso e adotar uma atitude. É ruim permanecer passivo. Atualmente são grupos pequenos, mas, pessoalmente, quero tomar partido e rechaçá-los”, afirmou categoricamente. Naquele momento, a Espanha vivia um problema real com grupos neonazistas, que obviamente faziam coro nos estádios também, inclusive dentro dos ultras valencianos do Yomus.
No início da temporada 93-94, em novembro, Hiddink deixou o clube e retornou ao Mestalla cinco meses depois, em uma curta passagem de apenas 8 jogos.
Pela Laranja Mecânica, a melhor colocação desde Michels e Happel
Depois de cair nas quartas do Mundial de 94 diante do Brasil, Dick Advocaat, ex-auxiliar de Rinus Michels, deixou a seleção e assumiu o PSV. Para seu lugar, a federação holandesa acertou com Guus Hiddink em janeiro de 95, já de olho na Euro do ano seguinte e na Copa de 1998. Com uma constelação de grandes jogadores, Hiddink trouxe para junto de sua comissão técnica ex-atletas que buscavam um espaço como treinador: Ronald Koeman, Neeskens e Rijkaard. A intenção era aproximar comissão técnica e jogadores. O elenco era a base do Ajax campeão europeu em 95, e tinha tudo para fazer uma boa campanha. Mas não deu certo, especialmente por um racha no elenco causado pela expulsão de Edgar Davids da delegação, que criticou Hiddink para a imprensa após ser substituído na segunda rodada, contra a Suíça. Até mesmo uma suposta divisão racial foi indicada pela imprensa. E no fim, o carrossel holandês quebrou nas quartas-de-final contra a França, nos pênaltis, depois de perder por 4 a 1 na despedida da primeira fase.
Mesmo com a eliminação, Hiddink foi mantido como treinador e resolveu adotar um estilo ainda mais linha-dura, que se mostrou acertado. Para a Copa de 98, na França, Hiddink trouxe Davids de volta e apresentou um futebol dos mais vistosos, classificando-se em primeiro do grupo E, e eliminando a Iugoslávia e a Argentina nas oitavas e nas quartas, respectivamente. Nas semifinais, os holandeses caíram nos pênaltis para o Brasil, em um dos jogos mais emocionantes daquele Mundial. Jogando no 4-4-2 contra o clássico 4-2-2-2 de Parreira, a Holanda explorou a velocidade de Zenden pela esquerda, mas não conseguiu a vitória no tempo normal e sucumbiu ao brilho de Taffarel. “Ficamos tão perto da final, foi mesmo uma pena. No geral, realizamos um bom torneio. Pode-se dizer que deixamos uma ótima impressão a nível mundial”, analisou.
Na decisão de terceiro lugar, a Holanda acabou derrotada pela Croácia em outro jogo franco, e terminou na quarta posição, a melhor classificação holandesa desde a sequência de vice-campeonatos em 74 e 78, com Rinus Michels e Ernst Happel, dois lendários treinadores do futebol europeu.
Uma passagem meteórica pelo Real Madrid
Prestigiado, Hiddink foi contratado pelo Real Madrid para o lugar do alemão Juup Heynckes, que deixou os merengues após acabar com o longo jejum de títulos na Liga dos Campeões. No fim de 98, venceu o Mundial de Clubes contra o Vasco, mas o holandês acabou demitido por uma série de maus resultados em um momento turbulento da equipe espanhola. A experiência no Real Madrid o ajudou a mudar de foco na carreira, passando a ser um “treinador de seleções”. A dificuldade que teve com as estrelas do elenco foi decisiva para não conseguir êxito em sua passagem pelo maior clube do mundo. E demonstrou isso claramente em sua apresentação no Real Betis, em fevereiro de 2000. “Meu nível de exigência é muito alto, e quem não o alcança tem dificuldades. Na minha carreira há vários exemplos (de jogadores-problema): Davids, Penev, Romário… e todos voltaram a jogar comigo”. Não durou três meses na Andaluzia.
Quando Hiddink virou Rei
Depois de fracassar na Espanha, Hiddink passou pelo famigerado “período sabático”. E acabou visitando a Coreia do Sul, onde teve um encontro com o presidente da federação do país. Na conversa, o dirigente perguntou o que eles deveriam fazer para não passar vergonha no Mundial de 2002, em que seriam uma das sedes. O treinador foi direto e simplista, dizendo que a Coreia precisava encontrar novos talentos e investir na comissão técnica. Dez dias depois Hiddink foi procurado pela federação com um contrato. Desafio aceito.
Ao iniciar seu trabalho, em janeiro de 2001, Hiddink percebeu o número 16 estampado em diversos lugares e resolveu perguntar a razão daquilo. “É por sua causa, mister Hiddink. Para você ter certeza que nós chegaremos pelo menos entre os dezesseis primeiros”. Na Copa das Confederações daquele ano, a Coreia já mostrou sinais de evolução, vencendo a Austrália e o México, e só não passando de fase por conta do saldo de gols, pela goleada sofrida por 5 a 0 diante da França. Apesar disso, o trabalho de Hiddink sofria duras críticas por parte da imprensa local. “Ficava feliz por não conseguir ler os jornais ou entender o que eles falavam na TV, porque os comentários eram muito destrutivos”, disse em um evento na Universidade de Groningen, em 2017.
No Mundial, a Coreia jogou em um ousado 343, que apesar de aparentemente ofensivo, dava bastante consistência defensiva à equipe, e permitia liberar a movimentação dos jogadores mais talentosos. Logo na estreia, vitória surpreendente de 2 a 0 sobre a Polônia e na sequência um empate contra os Estados Unidos deram confiança ao time e à torcida. Na última rodada, vitória magra diante de Portugal garantiu a tão sonhada classificação. Mas ainda na primeira fase o time da casa teve uma substancial ajuda da arbitragem, que prosseguiu no mata-mata diante da Itália e Espanha, fazendo com que a Coreia eliminasse dois gigantes do futebol mundial e chegasse a uma inacreditável semifinal.
Na meia final, a Coreia fez jogo duro e perdeu por apenas um gol para a Alemanha, e na decisão de 3º lugar, nova derrota apertada, dessa vez para a Turquia por 3 a 2. Mas as duas derrotas finais não alteraram o sentimento de gratidão dos coreanos com o treinador holandês. Hiddink foi o primeiro estrangeiro a receber o título de cidadão honorário do país, teve uma dezena de biografias publicadas, além de ter sido homenageado ao ver seu nome ser dado ao estádio de Gwangju. E como se não fosse o suficiente, recebeu um título de doutor honoris causa da Universidade de Seul.
O retorno mágico ao PSV
Não são raros os momentos em que os clubes buscam em velhos conhecidos a solução para o futuro. Muitas vezes, talvez na grande maioria delas, as coisas não acontecem como antes. Mas com Hiddink e o PSV, o resultado final foi melhor do que o esperado, e por muito pouco a tripleta de quase duas décadas atrás não se repetiu. Na temporada 2004-05, com um elenco formado por bons jogadores como o goleiro Gomes, o zagueiro Alex, os meias Van Bommel, Cocu e Park Ji Sung e os atacantes Farfán e Vennegoor of Hesselink, o PSV alcançou as semifinais da competição e ficou a um gol de disputar a decisão.
A equipe atuava no tradicional 433 e se destacava pela ofensividade. Na primeira fase, igualou em pontos com o Arsenal, Em seguida, eliminou o Monaco, sem tomar gols, e o Lyon, nos pênaltis, após dois empates em 1 a 1. Nas semifinais, acabou perdendo para o Milan por 2 a 0 na ida, e na volta, na Holanda, venceu por 3 a 1 e deu um verdadeiro sufoco no time então comandado por Carlo Ancelotti.
Hiddink fechou sua segunda passagem com mais três campeonatos nacionais (2003, 2005 e 2006) e uma copa nacional (2005). Com isso, Hiddink ultrapassou o lendário Rinus Michels como técnico mais vitorioso do futebol holandês de clubes.
A conquista de novos reinos
Após voltar a vencer o que podia com o PSV, Hiddink voltou a treinar uma seleção. Em julho de 2005 assumiu a Austrália, com o desafio de levar os Socceroos para a Copa do Mundo depois de falhar por quatro vezes na repescagem intercontinental. Diante do Uruguai, em novembro daquele ano, a Austrália perdeu a ida por 1 a 0, mas devolveu o placar em Sydney, e faturou a vaga nos pênaltis. No Mundial, se classificou em um grupo difícil, com Japão, Croácia e Brasil, e foi um dos adversários mais difíceis de ser batido durante a campanha do tetracampeonato italiano, perdendo apenas nos minutos finais, em pênalti controverso convertido por Francesco Totti.
Logo na sequência da Copa do Mundo, foi contratado pela federação russa, e se falhou nas eliminatórias para a Copa da África, ao menos fez história em 2007 colocando a Rússia pela primeira vez em uma semifinal de Eurocopa desde o fim da União Soviética. Apesar de ter sofrido duas duras derrotas para a campeã Espanha, a Rússia foi aplaudida pelas boas vitórias contra Grécia, Suécia e Holanda, jogando com apenas um volante defensivo e uma linha de três médios ofensivos no ataque.
Em ambos os países, Hiddink ganhou status de herói, fazendo dois bons trabalhos com seleções completamente subestimadas de véspera, e que em outras mãos, talvez não conseguisse alcançar todo o potencial.
Estabilizando um Chelsea em polvorosa
Ainda durante seu tempo comandando a seleção russa, Hiddink voltou a treinar um clube. Mais uma vez, Piet de Visser teve papel decisivo na vida do treinador. Em um congresso em 2004, o ex-técnico apresentou Hiddink a Roman Abamovich. Ali, nasceu uma amizade entre o treinador e o dirigente, que logo teve seus desdobramentos no futebol. Em 2009, Luiz Felipe Scolari comanda o Chelsea, mas não tinha o vestiário sob controle. Depois que Felipão foi derrubado, Hiddink assumiu de maneira interina o cargo e terminou a temporada de maneira honrosa, e por muito pouco, não levou os Blues à glória máxima. Na Premier League, venceu 11 dos 13 jogos que comandou e ficou na terceira colocação. Na Liga dos Campeões, sucumbiu nos minutos finais a um golaço de Iniesta em um jogo que até hoje gera controvérsias. E ainda fechou a temporada levantando a tradicionalíssima FA Cup, ao vencer o Everton por 2 a 1 em Wembley.
Atos finais
Em 2010, Hiddink partiu para outra seleção média, tornando-se técnico da Turquia. Mas em pouco mais de um ano de trabalho, não conseguiu classificar o país para a Euro 2012 e acabou demitido precocemente. Em seguida, assumiu o Anzhi, da Rússia. A equipe, que naquele momento recebia um pesado investimento do bilionário russo Suleyman Kerimov, conseguiu sob o comando de Hiddink chegar entre os três primeiros na liga russa e nas quartas de final da Liga Europa. Em 2013 deixou a equipe de maneira surpreendente e só voltou a treinar uma equipe após a Copa de 2014, quando ocupou o lugar deixado por Louis Van Gaal.
Em seu retorno à Seleção holandesa, Hiddink, com a missão de recuperar uma claudicante equipe, tentou reafirmar a identidade do 433. Nas ótimas campanhas nos mundiais de 2010 e 2014, o tradicional esquema havia sido deixado de lado. Mas agora, o panorama era diferente, com a equipe nacional tendo sérias dificuldades de manter o nível. Mas Hiddink não conseguiu salvar a Laranja Mecânica do declínio.
Mesmo após o fracasso pela Holanda, Hiddink recebeu de Roman Abramovich novamente a missão de apagar os incêndios de Stamford Bridge, assumindo mais uma vez de forma interina o cargo de técnico do Chelsea. A aposta deu certo de novo e o holandês tirou a equipe de um ridículo 15º lugar para a décima posição, batendo naquele momento o recorde de invencibilidade da Premier League com 12 partidas sem perder, ultrapassando a marca de Frank Clark, do Nottingham Forest, em 93-94. Depois de encerrado o contrato interino, Hiddink praticamente se despediu dos gramados. Em entrevistas anteriores, o holandês já indicava que pudesse parar a qualquer momento. E deixou órfão, pelo menos por enquanto, dezenas de seleções dispostas a surpreender o planeta bola.